A Roda de Getúlio Fonseca

A Roda.

A roda gira.
O mundo gira.
A roda gira o mundo.
O mundo gira a roda que gira o mundo.
Na roda as diferenças se somam e desaparecem.
Na roda o tempo jamais esquece.
Gira a roda que a roda gira.
Incessante, infantil, inocente, infinita...

Vem pra roda: se acomoda, se incomoda!
Rodopia, como o pião que é lançado com fúria pelo menino.
Nasce, renasce, cria, recria, escolhe, colhe, morre, eterniza.

Venham mulheres e tragam seus filhos.
Homens acordem! Levantem! Movam-se!
As nuvens não esperam suas sementes
O vento não escolhe a melhor hora
Os rios desgastam e depositam
A terra a todos alimenta e a todos consome.
Os mares são belos, violentos e generosos.
Por isso agarrem-se ao círculo.
Façam tudo, inventem marretas, desfaçam o muro.

Venha Sandra, traz contigo Mineira, traz de novo Maria.
Venha rosa, José, João, Sheila. Venha Silva.
Venham o morro do Alemão, do pobre, do brasileiro,
Venham o morro do Urubu, morro Azul, morros de todas as cores,
Do alto, do baixo, do topo, do asfalto...
Entrem todos e participem da roda.
Perguntem, duvidem, refutem, testifiquem.
Só não se calem, só não se curvem, só não se reduzam.
Só não transgridam a própria lei, que nasce da e para vida.

Getulio Fonseca. 12/10/2010.

Comentários

Postagens mais visitadas